domingo, 20 de dezembro de 2009

As reencarnações de Kardec

Como sabemos Denizard Rivail, homem do século XIX, teria vivido na pele do druida Allan Kardec na época de Cristo. De acordo com a entrevista dada pela médium Japhet a Alexandre Aksakof em 1875 esta revelação foi feita por meio dela e do médium Roze, futuro colaborador na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Além desta existência como um druida, Kardec ainda teria recebido a revelação de que era o espírito reencarnado do filósofo Platão. Esta informação foi dado por Zéfiro, espírito familiar e protetor dos Baudin. De acordo com a entrevista dada por Marlene Nobre a Folha Espírita em junho de 1998 e reproduzida no livro A Volta de Allan Kardec a informação consta de um documento escrito por Kardec que parou nas mãos do pesquisador Canuto Abreu.

Folha Espírita: E a questão de Platão e Kardec?!
Marlene Nobre: Esse caso foi muito interessante. Dr. Canuto Abreu mostrou a mim e ao Freitas um documento do próprio punho de Kardec, no qual ele escreve mais ou menos o seguinte: depois que Zéfiro me contou que eu  fui Platão é que pude compreender melhor a minha missão.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Uma controvérsia

Para compreender a realidade dos fatos sempre é interessante "ouvir" o outro lado da história. O pouco que sabemos sobre as origens do Espiritismo e, sobretudo, da confecção do Livro dos Espíritos vêm das anotações de Kardec publicadas na Revista Espírita e em Obras Póstumas. Ruth Celine Japhet foi uma das principais médiuns que colaboraram neste trabalho. Mas, esta colaboração não durou muito tempo.

O artigo abaixo foi publicado pelo embaixador e professor russo Alexandre Aksakof em 1875 no periódico 'The Spiritualist Newspaper' de Londres. A reprodução deste artigo também pode ser encontrada aqui e aqui. A partir dele se apresenta uma controvérsia a respeito do grau de participação da médium no conteúdo do Livro.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Quem são eles?

Pouco se sabe dos espíritos que auxiliaram Kardec a compilar sua primeira obra literária no Espiritismo. Henri Sausse afirmou na biografia de Kardec que o mestre teria recebido cinquenta cadernos contendo perguntas e respostas obtidas nas ainda incipientes sessões mediúnicas.

Tanto na primeira quanto na segunda edição do Livro dos Espíritos não há informações suficientes para identificar corretamente quais seriam os autores espirituais da obra. Contudo e, de qualquer forma, vale a pena explorar um pouco as diferenças entre uma edição e outra.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Primeiro ano do Decodificando

No dia 23 de outubro de 2008 inaugurávamos com muita alegria o nosso blog. Sabíamos que seria um trabalho muito árduo mas também muito prazeroso. Iniciamos contando a nossa estória, minha e do Leo, indicando de que forma chegamos a essa idéia de construir uma nova proposta para a compreensão do processo de construção e evolução do pensamento do mestre Allan Kardec.

Partindo de nosso estudo comparativo das duas primeiras edições do Livro dos Espíritos, que começou pelo mapeamento dos diálogos, fomos desenvolvendo nossas idéias. Ficamos maravilhados com o farto material a ser trabalhado e as inúmeras possibilidades de análises. Desde então foram 54 posts que nos dão uma boa média de 1 post por semana.

sábado, 10 de outubro de 2009

A cepa decepada

Nos princípios básicos ou prolegômenos do Livro dos Espíritos há uma interessante e bonita imagem de uma cepa de vinha que representa, segundo os espíritos que auxiliaram Kardec, a dualidade corpo e espírito.

Coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos, porque ela é o emblema do trabalho do Criador; todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos: o corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou o espírito unido à matéria é o grão. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos.

Kardec não seguiu a risca a orientação dos espíritos, pois reproduziu o desenho no interior e não na cabeça do livro. É claro que isso é apenas um detalhe. Aliás, é exatamente por estes detalhes que se conclui que Kardec se preocupava mais com o conteúdo do que com a forma.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um exemplo de diálogo - Parte 3

Na primeira parte deste post apresentamos um diálogo publicado na primeira edição do Livro dos Espíritos entre Kardec e o espírito Théophile Z.. Na segunda parte fizemos uma análise deste diálogo e dos seus dialogadores. Nesta terceira e última parte apresentaremos o que foi aproveitado do diálogo para a nova edição do Livro dos Espíritos e avaliando também a forma como ele foi aproveitado.

O aproveitamento do diálogo para a confecção da nova edição do Livro dos Espíritos se deu principalmente na sua terceira parte (itens de 18 a 26). Mais especificamente, Kardec selecionou as perguntas e respostas dos itens 21, 22, 24, 25, 26 e o seu comentário no item 27. Vamos a eles!

sábado, 6 de junho de 2009

Um exemplo de diálogo - Parte 2

Na primeira parte deste post apresentamos um diálogo publicado na primeira edição do Livro dos Espíritos entre Kardec e o espírito Théophile Z.. Nesta segunda parte iremos fazer uma análise deste diálogo e dos seus dialogadores.

Análise geral do diálogo
O objetivo desta análise geral é o de compreender o processo básico de comunicação com os espíritos. E o primeiro passo seria identificar o espírito comunicante. Este era um contemporâneo de Kardec, falecido a pouco tempo, e tinha uma certa instrução. Aparentemente este espírito Théophile Z. não seria uma pessoa famosa pois não encontramos referências suas na Internet. Também não há outras mensagens assinadas por ele nas obras de Kardec.

domingo, 31 de maio de 2009

Um exemplo de diálogo - Parte 1

O diálogo com os espíritos foi a principal ferramenta que Kardec usou para a elaboração dos ensinamentos espíritas. Compreender como ele usava esta ferramenta é de fundamental importância para continuar construindo o pensamento espírita. E nada melhor do que se basear em um bom exemplo de diálogo.

Na primeira edição do Livro dos Espíritos os diálogos eram mais extensos do que na segunda edição. E no seu apêndice há uma nota contendo um diálogo completo que pode contribuir bastante para a nossa tarefa de decodificar o Livro dos Espíritos.

Dada a relevância deste diálogo faremos primeiramente uma leitura comentada e depois faremos uma discussão sobre os aspectos que nortearam o diálogo. Numa terceira parte avaliaremos de que forma Kardec aproveitou este diálogo para a elaboração dos seus novos textos.

domingo, 3 de maio de 2009

Recuperando o fôlego!

Depois de um pequeno intervalo para reflexão de uma nova fase de nosso trabalho, colocamos abaixo todas as mensagens publicadas até hoje.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Tudo se encadeia mais ainda

A questão da alma dos animais é daquelas que mais nos intrigam e nos fascinam. Saber se a alma do ser humano tem um ponto de contato com a alma de outros seres é algo aparentemente básico mas ao mesmo tempo muito profundo. Por isso, a prudência na exposição do tema é sempre bem vinda.

Ficamos muito felizes em receber do respeitado professor Silvio Chibeni uma nova e importante informação sobre os acréscimos e modificações na décima terceira edição do Livro dos Espíritos. No seu artigo original Chibeni reproduz a nota explicativa desta décima terceira edição (publicada em 1865) e um dos pontos desta nota se refere a algum acréscimo nos comentários finais após o diálogo 613.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Livro em Revista

A Revista Espírita é considerada o laboratório de Kardec para o desenvolvimento do conhecimento espírita. Além disso, podemos considerá-la como um meio eficiente de propagação das idéias espíritas vinculadas às obras básicas e complementares do Espiritismo.

Kardec soube aproveitar bem as edições mensais da Revista para este fim. E, assim, podemos encontrar várias citações sobre o Livro dos Espíritos desde simples referências até o anúncio de novas edições e novos livros.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A fina ironia

Praticamente, todo o nosso trabalho tem sido feito em cima da comparação entre as duas primeiras edições do Livro dos Espíritos. A primeira apareceu em abril de 1857 e a segunda, em março de 1860. Depois desta ainda tivemos outras 9 edições publicadas por Kardec sendo que a última delas (a décima terceira) foi publicada em 1865.

O sucesso da segunda edição foi seguida rapidamente por duas novas edições possivelmente sem modificações.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Em verdade da Verdade

A questão sobre a identidade do Espírito Verdade, que acompanhou Kardec no seu árduo trabalho de elaboração da filosofia espírita, é muito controversa (*) e dificilmente os espíritas chegarão a um consenso. De toda forma, sem a pretensão e mesmo sem o desejo de dar a palavra final, faremos algumas observações a respeito.

Na primeira edição do Livro dos Espíritos Kardec não menciona, pelo menos diretamente, o Espírito Verdade. Os únicos espíritos superiores mencionados são os que estão na nota XVII.


Primeira edição
Nota XVII
... Vários espíritos concorreram simultaneamente a estas instruções, às quais assistiam, tomando alternadamente a palavra e falando um em nome de todos. Entre os que animaram personagens conhecidas citaremos João Evangelista, Sócrates, Fénelon, São Vicente de Paulo, Hannemann, Franklin, Swedenborg, Napoleão Primeiro; os demais habitam esferas elevadas e, ou nunca viveram na Terra ou aqui apareceram em época imemorável.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Indo aos originais

Às vezes, em nossas pesquisas nos deparamos com questões controversas de edição dos livros. Na pesquisa sobre o momento da união da alma ao corpo apresentamos trechos de um artigo publicado na edição de março de 1858 da Revista Espírita. Neste artigo encontramos uma nota final que referenciava diálogos da segunda edição do Livro dos Espíritos que seria lançada somente dois anos depois.

Revista Espírita, março de 1858
O doutor Xavier
Nota. A teoria, dada por esse Espírito, sobre o instante da união da alma e do corpo, não é inteiramente exata. A união começa desde a concepção; quer dizer, desde esse momento, o Espírito, sem estar encarnado, liga-se ao corpo por um laço fluídico que vai se apertando, mais e mais, até o nascimento; a encarnação não se completa senão quando a criança respira. (Ver O Livro dos Espíritos, n 344 e seguintes.)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tudo se encadeia

Um dos pontos capitais para a compreensão da perfectibilidade dos espíritos está no conhecimento de suas origens. Allan Kardec sempre tratou deste ponto e buscou a verdade até o último momento de sua vida na Terra. Da primeira para a segunda edição notamos que algumas dúvidas aparecem em função da sua reflexão sob novos pontos de vistas e da avaliação lógica de todos os ensinamentos e fatos espíritas.

Na sua revisão do tema envolvendo os animais Kardec procurou manter a maioria das perguntas e respostas da primeira edição, mas também procurou retocá-las para dar mais liberdade para novas interpretações. Veja no mapeamento abaixo como a nova edição torna-se menos rígida em relação a possibilidade de um ponto de contato entre a alma do homem e a alma do animal.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Elementar, meu caro!

Entre as publicações das duas primeiras edições do Livro dos Espíritos, Kardec desenvolveu o interessante conceito de espírito elementar (esprit élémentaire) que foi definido assim:

Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas
Vocabulário Espírita
Espírito elementar, Espírito considerado em si mesmo e feita abstração de seu perispírito ou invólucro semimaterial.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Graças particulares

Da primeira para a segunda edição do Livro dos Espíritos, as questões de ordem moral sofreram poucas alterações. Um ou outro diálogo foi refeito, algumas respostas foram desenvolvidas, e mais alguns diálogos foram introduzidos. A prece foi uma destas questões e, aqui, faremos apenas as observações mais pertinentes.

Desde a primeira edição, as respostas já valorizavam a prece quando ela parte do coração. Mas, é na segunda edição que Kardec dá uma maior ênfase ao valor do sentimento empregado na prece. Vejam, por exemplo, o mapeamento abaixo:

domingo, 11 de janeiro de 2009

Queda dos anjos


O mito da queda dos anjos, ou o pecado original, tem suas raízes em todas as culturas e mais especificamente nos dogmas católicos. Kardec não se furtou em discuti-lo assim como fez sobre todas as outras coisas. E esta discussão veio desde o início pela publicação da primeira edição do Livro dos Espíritos até a publicação de sua derradeira obra, A Gênese, quando expõe a sua já sancionada doutrina dos anjos decaídos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Benefício de inventário


Allan Kardec sempre foi muito prudente na exposição dos ensinamentos espíritas. E a medida que o seu trabalho crescia lhe trazendo um maior volume de informações então ele se tornava ainda mais prudente. E esta prudência se observa no caráter mais geral que ele deu a sua nova edição do Livro dos Espíritos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Alma, causa, efeito

O livre arbítrio, ou liberdade de ação, constitui-se numa premissa dos ensinamentos espíritas embora esta liberdade possa ser entravada por motivos alheios ao espírito. Allan Kardec se preocupava com estes entraves e, por isso, fez uma série de perguntas sobre eles já na primeira edição do Livro dos Espíritos.

Um destes possíveis entraves pode estar nas predisposições que o homem carregaria a cada encarnação. Mas estas predisposições podem ser alheias ou não ao espírito, isto é, podem ser físicas ou espirituais. Vejam no mapeamento abaixo como a predisposição ao assassínio foi visto na primeira edição como algo alheio ao espírito:

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os nossos gênios


O mestre Allan Kardec se preocupava muito com a definição do vocabulário espírita porque entendia que a ambiguidade de algumas palavras poderiam ser a origem de intermináveis discussões. Foi por esta razão que, já no nascimento do Espiritismo, ele publicou a obra 'Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas' onde destacou: